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A QUEDA DA POUPANÇA NO FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

O Impacto da Queda da Poupança no Financiamento Imobiliário

Nos últimos anos, a poupança no Brasil tem enfrentado um declínio significativo, o que afetou diretamente o mercado de financiamento imobiliário. Desde 2021, a poupança perdeu R$ 205 bilhões, com o saldo final do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) recuando 6,5%, de R$ 801,5 bilhões para R$ 749,6 bilhões, conforme dados do Banco Central.

Redução da Participação da Poupança no Mercado Imobiliário

A poupança, que já foi o principal recurso para o financiamento de imóveis, tem perdido espaço. Antigamente, a caderneta era responsável por 70% dos financiamentos no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Hoje, essa participação caiu para 34%, o que representa uma mudança significativa no panorama do crédito imobiliário.

Consequências da Escassez de Recursos

A redução dos recursos da poupança torna os financiamentos imobiliários mais caros e difíceis de obter. As novas opções que surgiram para suprir essa carência geralmente trazem taxas de juros mais altas do que as praticadas com o auxílio do SBPE ou do FGTS. As linhas de crédito que utilizam recursos do FGTS, por exemplo, têm taxas limitadas a 12% ao ano para imóveis de até R$ 1,5 milhão.

Sem a regulamentação específica que limita as taxas de juros das linhas de crédito mais atrativas, os consumidores passam a depender mais da variação da taxa básica de juros, a Selic. Com o menor uso da poupança, as taxas de financiamento tendem a se alinhar mais estreitamente com a Selic.

A Concentração Bancária e o Aumento das Taxas

Outro fator que agrava a situação é a concentração de recursos em poucos bancos, criando um quase monopólio. Isso dificulta a obtenção de financiamentos, pois a oferta limitada de crédito eleva os juros. Conforme explica Marcelo Tapai, advogado especialista em direito imobiliário, a falta de controle sobre os bancos permite que eles negociem as taxas de forma livre, ajustando-as conforme a oferta e a demanda de recursos.

Taxas de Juros no Financiamento Imobiliário

Atualmente, a taxa média dos financiamentos imobiliários no Brasil é de 9,3% ao ano. No entanto, essa taxa pode variar dependendo da modalidade de financiamento:

  • Recursos do FGTS: 6,96% ao ano.
  • Recursos da Poupança: 10,37% ao ano.
  • Títulos de Mercado: 11,61% ao ano.

As linhas de crédito mais baixas são exatamente as que utilizam recursos do FGTS e da poupança, mas com a escassez de recursos da poupança, os consumidores ficam mais expostos às flutuações do mercado e às taxas de juros mais altas dos títulos de mercado.

Considerações Finais

A perda significativa de recursos da poupança desde 2021 trouxe um impacto considerável ao mercado de financiamento imobiliário, tornando os financiamentos mais caros e inacessíveis para muitas famílias. A dependência crescente de outras modalidades de crédito com taxas de juros mais altas e a concentração de recursos em poucos bancos intensificam essa dificuldade. Para quem deseja comprar um imóvel financiado, é essencial estar atento a essas mudanças e planejar bem suas finanças, buscando sempre as melhores condições de crédito disponíveis.

Espero que essas informações sejam úteis para entender melhor o cenário atual do financiamento imobiliário e ajudar na tomada de decisões informadas.

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Isme

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